domingo, 30 de maio de 2010

Trigo, farinha e pão

O pão é uma espécie de alimento sagrado. Seu uso na alimentação humana e muito antigo. Por isso, o trigo e o pão são tão citados na bíblia. Desde o Egito antigo, o pão tornou-se um dos principais alimentos humanos.
Mas, o tipo de pão varia muito, dependendo do país. Entretanto, o pão francés é hoje o pão mais apreciado pelos consumidores.Levemente tostado por fora, branco e fofo por dentro.
Para elaborá-lo precisa de uma farinha especial, com alta força de glúten, ou seja crescer rapidamente e não abatumar. Essa chamada força de glúten é dada por duas proteínas: glutelina e gliadina. As glutelinas são responsáveis pela estensibilidade, ou seja a capacidade de crescimento da massa. Já as gliadinas são responsáveis pela tenacidade da massa, evitando o rompimento da mesma com o crescimento. Esse crescimento deve-se a fato de que o gás CO2 formado durante a fermentação é retido na massa, formando os poros e deixando o pão fofo.
Ao contrário das albuminas e globulinas que são estruturais, as glutelinas e gliadinas são as últimas proteínas a serem formadas no grão. Por isso para obter um trigo com alta qualidade para panificação, há necessidade de alta disponibilidade de nitrogênio durante a fase de formação do grão. Portanto, a farinha buscada pelo mercado, não é obtida com qualquer cultivar ou com inadequadas práticas culturais.
O Brasil tem um consumo de aproximadamente 12 milhões de t de trigo. Produzimos a metade. Apesar disso, sobra trigo e uma das razões é que nosso trigo não atende as exigências do mercado.
Os produtores devem implantar cultivares de trigo tipo pão e utilizar as tecnologias de manejo da cultura, da semeadura a colheita, relacionadas, ao mesmo tempo, com altos rendimentos e melhor qualidade industrial e nutritiva do pão. Nesse sentido, destaca-se em particular o cuidado com a adequada adubação nitrogenada e com enxofre. O ideal é que para cada 14-15 unidades de N disponíveis no solo (proveniente da degradação da matéria orgânica e adubação), seja usada uma unidade de enxofre.
De outro lado, as pesquisas demonstram que a aplicação de molibdênio na floração, reduz a germinação na espiga, principal razão da perda da qualidade para panificação.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Feijão e arroz

Por muito tempo, o feijão com arroz, era considerado o prato típico dos brasileiros.
De fato, juntando ainda, por exemplo, uma mandioca cozida, um pedaço de carne de frango, bovina ou suína, salada mista (ex. alface, tomate, cenoura, brócoli, couve, couve-flor, beterraba, etc.) e uma fruta ou suco rico em vitamina C (ex. suco de laranja, abacaxi) é um prato altamente nutritivo.
Trata-se de uma adequada combinação de proteínas, glicídios (energia), vitaminas e sais minerais. A deficiência de um ingrediente é compensada pelo outro. Por exemplo, o feijão é rico no aminoácido lisina, enquanto o feijão é rico e metionina.
Por isso, especialistas em Nutrição Humana, apontam esse prato típico como altamente saudável.
Além disso, não custa caro, pois é constituído de alimentos produzidos em qualquer região brasileira.
Entretanto, desde 1994, quando foi implantado o Plano Real, com o controle da inflação e aumento do poder aquisitivo da população, o consumo percapita de feijão, arroz e mandioca reduziu significativamente no Brasil. Como se comer feijão e arroz é comida para pobre.
Infelizmente, os brasileiros estão substituindo esse prato saudável por alimentos derivados somente de amido e muito gordurosos, além de excesso de sal. Claro que os alimentos congelados e industrializados são mais fáceis de serem adotados na dieta humana, pois facilita o trabalho.
Essa receita está levando os brasileiros a má nutrição e a obesidade.
E, isso provoca doenças. Doenças que custam altas somas de recursos públicos aplicados na saúde.
Precisamos retomar o que era nosso e não copiar modelos que já deram errado em outros países. Desta fora, vamos prevenir, para não remediar.
Começando pela alimentação adequada das crianças, a partir da família e também na elaboração de alimentos para escolares.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O que é um Bushel?

Apesar dos grãos da região, como trigo, milho, soja e outros, serem colhidos, transportados e armazenados a granel, o preço de referência entre nós ainda é a saca de 60kg. Na verdade, não há mais colhedoras com ensacador, nem o armazenamento em sacarias.
Mas, como o preço internacional da soja é baseado na Bolsa de Chicago, os produtores ficam diariamente de olho na variação dos preços desse grão. Já Bolsa de Minneapolis (Minnesota) é forte para cereais, como trigo, aveia, cevada e milho. Mas, o preço nas Bolsa americanas é dado por bushel e não por saca, kg ou tonelada.
O bushel é na verdade uma medida de volume equivalente a um cesto utilizado pelos indígenas nas trocas de produtos, a semelhança da que estamos vendo na Figura abaixo, exposta na Bolsa de Cereais de Minneapolis, nos Estados Unidos.
Como o peso específico é diferente para cada tipo de grão, o peso de um bushel é variável. Por exemplo, um bushel de soja pesa 27,215 kg, de trigo 22,215kg, de aveia 14, 515kg, de cevada 21,772 kg, de centeio de 25,410 kg, de milho de 25,401 kg e de sorgo de 22,679 kg.
Por isso, temos que converter o preço em bushel de cada cultura em kg e então sabermos o preço de uma saca ou de uma tonelada do produto. Depois, ainda, converter o preço em dólar para reais.
É paradoxal, que os Estados Unidos, um país que se caracteriza pala inovação e modernidade tecnológica, ainda utilize uma unidade de medida de grãos tão primitiva.

Alto rendimento da soja

Prof. Elmar Floss

A maioria dos produtores da região, colheram uma excelente safra de soja em 2010. Esse alto rendimento da cultura é o resultado da conjugação de vários fatores como a escolha do cultivar, com alto potencial de rendimento e adaptado a cada região, da adoção das melhores tecnologias de manejo da cultura (densidade de plantas, época e profundidade de semeadura, adubação, controle de pragas, moléstias e plantas daninhas, dentre outras) e, quando as condições ambientais, especialmente, a disponibilidade de água, temperatura e luminosidade são ideais.
O alto rendimento começa com um bom desenvolvimento do sistema radicular, para uma maior eficiência na absorção de água e nutrientes do solo. O crescimento das raízes depende de uma boa estrutura física do solo, solo corrigido, adequada disponibilidade de nutrientes, especialmente, nitrogênio, enxofre, cálcio e boro, e, do tratamento de sementes com inseticidas e fungicidas, inoculação das sementes e a adubação de sementes com molibdênio.
Plantas com raízes bem noduladas, representa alta capacidade de fixação do nitrogênio do ar. Para exemplificar, para produzir 50 sacas de grãos (3.000 kg/ha), a soja necessita de 240 a 300 kg de N. Aproximadamente, 85% desses N é obtido gratuitamente através dessa fixação biológica, graças as bactérias do gênero Bradirhizobium, presentes nos nódulos. O restante do N é absorvido do solo, proveniente da decomposição da matéria orgânica e fertilizante utilizado na semeadura.
Como conseqüência, um bom desenvolvimento da parte aérea. Uma área foliar sadia, de 4 a 6 m2 de folha, verde e sadia, por metro quadrado de solo, no estádio de floração (estádio R1), uma maior duração da área foliar verde e um adequado teor de clorofila, para aproveitar melhor a luz solar. Para que se expresse o alto potencial de rendimento, é preciso que haja absorção de no mínimo 95% da luz solar incidente na lavoura.
Desta forma, a planta terá um grande número de vagens, especialmente no terço inferior, de 3 a 4 grãos por vagem e um bom enchimento de grãos. Quanto maior o número de grãos produzidos por área e maior o peso individual dos grãos, maior é o rendimento.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

AGRONEGÓCIOS 09-FENAGRANGO



FENAFRANGO 2010

Prof. Elmar Floss

No Parque de Exposições Wolmar Salton, realiza-se de 25 a 30 de maio a Fenafrango 2010 (Feira Nacional do Frango), reunindo toda a cadeia da produção da carne de frango.
Se considerarmos um raio de 150 km ao redor de Passo Fundo, concentra-se a maior produção de frangos no estado do Rio Grande do Sul.
Milhares de pessoas dependem de forma direta ou indireta da renda gerada pela cadeia do frango, seja na produção, transporte, industrialização e distribuição.
O consumo percapita de carne de frango triplicou no mercado interno, de 1989 a 2006, passando de 12,73 a 35,68 kg/percapita/ano. O mesmo acontece ao nível internacional, pois em 1990 a carne de frango era a terceira mais consumida no mundo e desde 2000, é a primeira. No Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, prevê que a produção brasileira de carne de frango vai crescer 64,0 no período 2005 a 2016. No mesmo período, o crescimento da produção de carne bovina está estimada em 33,3% e a suína, em 24,1%.
Na Fenafrango 2010, os visitantes poderão conhecer máquinas, equipamentos, produtos e serviços, cujas tecnologias propiciam um aumento da renda aos produtores.
O Programa prevê uma série de palestras com técnicos e autoridades dos mais diferentes setores da cadeia do frango, trazendo importantes informações para o crescimento do setor.
Também haverá um festival gastronômico, tendo como base a carne de frango, preparada das mais diferentes formas. Diversos restaurantes da cidade, estão durante essa semana preparando os mais diferentes pratos, tendo como base a carne de frangos.
Paralelamente, haverá Provas de Cavalo Crioulo e o 6º. Encontro Estadual de Produtoras Rurais.
Vale a pena conferir.