segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fácil é produzir. Difícil é comercializar!

Prof. Elmar Luiz Floss

Com frequencia, com boa dose de razão, diz-se que no agronegócio é mais fácil produzir do que comercializar.E, é justamente na comercialização queo produtor obtem a lucratividade/rentabilidade de seu negócio.
Mesmo reconhecendo que a produção de grãos depende de mais de 50 fatores, relacionados com as características genéticas dos cultivares, condições de ambiente (solo e clima) e das práticas de manejo adotadas pelos produtores. Mas, a maioria das tecnologias de manejo estão ao alcance dos produtores.
Já, na comercialização, a maioria dos fatores que influem na formação de preços, não estão ao alcance dos produtores.
Atualmente, a lei da oferta e procura influi menos na variação dos preços do que a especulação financeira envolvendo as commodities.
Nesse cenário, o produtor rural não tem poder de barganha. Quando vai comprar máquinas, equipamentos ou insumos, a pergunta clássica que faz é: quanto custa?
Quando tem produtos para vender, pergunta: quanto me pagam?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Por que o rendimento médio de soja no RS é tão baixo?

Prof. Elmar Floss

A soja é a principal cultura brasileira produtora de grãos, em área cultivada, produção de grãos e divisas obtidas na exportação de excedentes. A exportação de grãos e farelo de soja representa a entrada de aproximadamente 14 bilhões de reais.
Numa análise das informações disponíveis no IBGE e Conab, a partir de 1961, verifica-se um aumento na média do rendimento brasileiro de soja de 1127 kg/ha para 2941 kg/ha na safra 2009/2010. Isso representa um expressivo crescimento do rendimento de 261% no período, ou seja, um crescimento linear de 37 kg/ha/ano. Esse crescimento é superior ao obtido nos Estados Unidos no mesmo período, que é da ordem de 33 kg/ha/ano.
As principais razões do crescimento brasileiro do rendimento da soja são: a) o melhoramento genético, com a criação de cultivares brasileiros, mais adaptados as nossas condições de solo e clima; b) a calagem dos solos, pois o desenvolvimento das culturas é limitado pela acidez do solo; c) a adoção do sistema plantio direto, reduzindo a erosão do solo, melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo; d) a maior eficiência no controle de plantas daninhas, pragas e moléstias; e) uma adubação mais adequada em função do aumento dos potenciais de rendimento; f) melhor ajuste na população de plantas e épocas de semeadura, em função das características de cada cultivar.
Mas, quando analisamos o rendimento de soja dos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, verifica-se que ficamos para trás. Na safra de 2009/2010, o rendimento médio do PR foi de 3148 kg/ha., enquanto no RS foi de apenas 2.490 kg/ha. Observa-e que a média de rendimento de soja no RS foi na última safra de 451 kg/ha menor que a média brasileira e 658kg/há abaixo da média do PR. Essa diferença entre RS e PR é superior a lucratividade média da cultura. Ao mesmo tempo, verificamos na última safra, que alguns produtores da região bateram recordes de rendimento. A grande discussão estima razões dessa diferença tão grande no rendimento da soja entre esses dois estados. Seriam os solos melhores no PR? Seriam as condições climáticas mais favoráveis no PR? Para mim, a principal razão está na aplicação mais adequada das modernas tecnologias disponíveis. Por que, os altos rendimentos obtidos por produtores que utilizam as tecnologias adequadas prova que temos potencial para produzir mais.
Nessa última safra, vários produtores de soja na região colheram acima de 70 sacas/ha, ou seja, rendimentos acima de 4.200 kg/ha. Há poucos dias, os produtores Vanderlei e altair Basegio ganharam um prêmio da BASF pelo recorde de rendimento. Colheram 93 sacas de soja por ha, numa área de aproximadamente 10 ha, que representa 5.580 kg/ha. Mas, numa área de 360 fecharam com uma média de 86 sacas/ha. Esse rendimento é muito superior ao rendimento médio dos produtores americanos, os maiores produtores mundiais dessa aleuro-oleaginosa.
Isso demonstra que quando se usa os melhores cultivares, aplica-se, no manejo da cultura, as melhores tecnologias disponíveis e num ano de condições ambientais favoráveis, podem ser obtidos rendimentos muito acima da média. Para comparar, o rendimento obtido pelo Vanderlei Basegio é 2.639 kg/ha maior que a média brasileira e 3.090 kg/ha acima da média do RS. A diferença e rendimento é maior que a média de todo o RS.
Decididamente, não podemos atribuir apenas as estiagens nossa baixa média de rendimento da soja.

Cultivo da canola

Prof. Elmar Floss
Cada vez mais encontramos coxilhas no Planalto Rio-grandense, de cor amarela no inverno. Deve-se ao aumento da área cultivada com a cultura da canola, antigamente chamada de colza. a canola é uma oleaginosa, da família da couve e do repolho, selecionada para a aptidão de produzir grãos, com elevados teores de óleo.Os cultivares hoje disponíveis para cultivo na região, apresentam teores de óleo que varia de 36 a 44%. Esse óleo tem uma excelente qualiadde nutritiva, equivalente ao óleo virgem de oliva. No entanto, é mais barato produzir óleo de canola do que de oliva. É rico nos ácidos graxos insaturados como Ácido linolêico (Ômega 6) e Ácido linolênico (Ômega 3), importantes na produção do colesterol bom e evitar a formação do colesterol de alta densidade, causador de doenças do coração. Na região, o cultivo da canola é fomentado pela BSBios, para sua utilização na elaboração de biodiesel. Como é uma cultura de inverno, a canola não compete com o cultivo da soja, que é de verão.
As flores amarelas também são muito apreciadas pelas abelhas, na busca de néctar e pólem. Isso é muito importante para os apicultores, pois temos poucas alternas de flora apícola no período de inverno, na região.O mel produzido a parti da flor da canola tem grande procura comercial, pois possui os mesmos flavonóides encontardos na couve-flor, brócoli e outras brássicas,muito saudáveis.

O cultivo da canola